A Erliquiose
refere-se à variedade de síndromes clínicas
em cães e canídeos silvestres causada pela infecção
por Erliquia canis ou Erliquia equi, transmitidas pelo carrapato
vermelho Rhipicephalus sanguineus. É comum o seu aparecimento
em cães na primavera e verão, quando os carrapatos
estão ativos.
A transmissão
ocorre quando um carrapato infectado ingere sangue, e suas secreções
salivares contendo microrganismos contaminam o local da picada.
O período de incubação para a fase aguda da
erliquiose é de 8 a 20 dias. A E. canis penetra na corrente
sangüínea ou rede linfática e localiza-se em
células do fígado, baço e linfonodos. A erliquiose
canina ocorre em cães que não conseguem construir
uma efetiva resposta imune ao microrganismo.
Os sintomas
clínicos durante esta fase são geralmente brandos
consistindo de febre inespecífica, que pode variar de alta
a baixa. Outros sintomas incluem perda de apetite, linfonodos aumentados,
corrimento oculonasal, dificuldade respiratória e anemia.
A maioria deles
se recupera após 1 ou 2 semanas sem tratamento, embora permaneçam
persistentemente infectados, sendo observadas alterações
ao hemograma. São comuns as infecções inaparentes.
Em seguida à
fase aguda, ocorre a fase sub-clínica, que geralmente ocorre
de 6 a 9 semanas após a infecção inicial, e
perdura por 1 a 4 meses. Nesta fase, o cães podem eliminar
a E. canis. Caso isto não ocorra, progridem para a fase crônica
da moléstia.
A condição
crônica é caracterizada por supressão da medula
óssea, acompanhada de anemia. Há persistência
das alterações hematológicas. O cão
pode apresentar perda de peso crônica, perda de apetite, mucosas
pálidas devido à anemia, fraqueza, depressão,
respiração rápida, dano hepático, além
de aumento do baço.
Hemorragias nas mucosas, retina e pele do abdômen são
manifestações comuns de uma grave erliquiose crônica.
O sangramento poderá ocorrer em qualquer mucosa tais como,
nasal, ocular, intestinal e urinária. Alguns cães
apresentam pneumonia intersticial, insuficiência renal, distúrbios
de reprodução, artrite e meningoencefalite.
O diagnóstico
pode ser firmado em exames laboratoriais como o hemograma e testes
sorológicos para o anticorpo anti-E.canis.
Antibióticos
são usados para o tratamento, especialmente as tetraciclinas
que são muito efetivas no tratamento da fase aguda da doença,
ocorrendo a melhora no estado clínico frequentemente dentro
de 24 a 48 horas após o início da terapia. A resposta
é menos favorável em cães com erliquiose crônica.
A administração de soro e transfusões sangüíneas
podem ser necessárias em cães com erliquiose crônica
grave. Podem também ser usados corticóides, antiinflamatórios
e imunossupressores.
O prognóstico
é bom, desde que seja efetuado o tratamento precocemente.
É reservado a mau nos casos avançados com supressão
da medula óssea. Como prevenção, é necessário
realizar o controle dos carrapatos.
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